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Foi-nos proposto um exercício em campo, fomos expostas à realidade da cidade de Lisboa. Entrámos em contacto com as dificuldades, queixas e comentários de quem habita no bairro da Graça.
Com o intuito de compreender como abordar os habitantes, formular as questões às quais queríamos obter respostas, falámos com lojistas, habitantes e quem se encontrava na localização.

Iniciámos com um jovem que estava a tocar guitarra no largo da Graça. Não vivia lá mas sabia bem o que lá acontecia. Deu-nos uma ideia geral das alterações de que se apercebia. Criticou o abandono da cultura de bairro, falta de empatia e relação entre os habitantes, já reduzidos pelo aumento do turismo e a perda da cultura portuguesa em geral (músicas tradicionais portuguesas, etc.).
“Se todos deixarmos de dar importância à cultura popular ela cai no abandono.”
“ Amália dizia lisboa não sejas francesa, tu és portuguesa, isto é muito atual.”
“El graça era a Alfama do século XXI, por ter todos os serviços, era muito confortável viver na Graça.”

Com estas experiências descobrimos o antigo teatro da Graça, que é agora um centro de formação artística “O Teatro da Voz”. É agora usado para ensaios de dança profissional e para atividades com crianças. Para além disso proporcionam aulas de teatro e expressão dramática para atividades curriculares das escolas daquela zona.

Uma habitante do bairro (Maria de Lurdes, 82 anos) abriu-nos os olhos para a potencialidade e influência que os habitantes, mesmo os mais velhos, podem ter. Participava ativamente no melhoramento do bairro, nas reuniões da junta de freguesia e no muitos telefonemas que faz para dar andamento a situações que acha precisarem de atenção (como criação de uma paragem de autocarro, colocação de faixa física entre o passeio e a estrada, entre outros). Chamou-nos à atenção das estreitas ruas existentes na Graça, onde os transportes públicos ocupam parte do passeio dificultando a passagem. Os mais idosos, com problemas de mobilidade tem que andar na estrada pois o piso dos passeios dificulta-lhes a locomoção.
“Isto se uma pessoa não se mexe, nada feito !” Maria de Lurdes
Para além destes testemunhos foi nos alertado para a falta de recuperação dos jardins e de um local apropriado para as crianças brincarem. O turismo continua a ser o ponto de partida para melhoramentos na zona, deixando em esquecimento quem lá pertence.
“No largo da Graça existe um coreto que não tem utilidade nenhuma, era mais engraçado se fizessem um parque para as crianças. Não há nada para as crianças.” Anabela Santos















